Contextos de aprendizagem fora da escola

É consensual, entre a comunidade científica, que a aprendizagem das Ciências pode ocorrer muito para além da sala de aula.

A investigação sobre contextos de aprendizagem fora da escola distingue entre contextos não formais e contextos informais. Nesta distinção, os contextos informais de aprendizagem correspondem a situações que ocorrem no dia-a-dia, não estruturadas, onde podem intervir interlocutores ocasionais, e que ocorrem em locais como por exemplo o recreio da escola, em casa ou no convívio da rua, entre outros.

Por outro lado, os contextos não formais correspondem a locais ocasionalmente visitados, como acontece, por exemplo, no âmbito de visitas de estudo a Museus, Centros Interactivos de Ciência, Indústrias, entre outros. Correspondem a actividades que podem ser estruturadas e onde o professor desempenha um papel como mediador das aprendizagens.

Os contextos não formais de aprendizagem podem ser explorados pelos professores de Ciências de forma a potenciar uma aprendizagem cognitiva e, simultaneamente, uma aprendizagem afectiva ou de ordem social. Neste sentido, uma visita de estudo bem planeada permite: realizar aprendizagens do domínio cognitivo, psicomotor, afectivo e social; potenciar a escolha de carreiras científicas; facilitar a aprendizagem ao longo da vida; colmatar dificuldades dos recursos escolares. Por outro lado, se mal planeada, a visita de estudo no âmbito de uma disciplina específica será uma “oportunidade perdida”.

A investigação em contextos de aprendizagem não formais aponta para a necessidade da preparação da visita contemplar três momentos distintos: o momento pré-visita, destinado a preparar os alunos para as tarefas a desenvolver; o momento que decorre durante a visita, em que os alunos desenvolvem as actividades programadas, mas que deve contemplar a possibilidade de os alunos explorarem o local livremente; o momento pós-visita em que se faz a avaliação da visita, considerando-se qual o seu contributo para a construção e reconstrução do conhecimento.

O momento pré – visita deve desempenhar ainda uma outra função: a redução do efeito de novidade, sem contudo o anular, de forma a evitar que os alunos fiquem demasiado excitados e se foquem nos objectivos da visita.

As visitas de estudo são, sem dúvida, uma área em que os professores devem investir, apesar do imenso trabalho exigido na preparação destas actividades. Aproveitar recursos póximos da escola tais como Planetários, Museus, Centros de Ciência ou Indústrias, são algumas das hipóteses a ter em conta de forma a potenciar nos alunos aprendizagens significativas, motivadoras e facilitadoras da tomada de decisões.

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